Paraibano “O fazedor de filmes” leva mais dois prêmios

Publicado julho 16, 2007 por fancine
Categorias: Matérias

Olá pessoal, mais um spam de boas novas, ehehhehe…

“Um Fazedor de Filmes…”, depois de premiado no CINEPORT, levou mais dois prêmios. Dessa vez foi no

CineEsquemaNovo em Porto Alegre. Lá, desde a seleção até a premiação

todos os filmes independente da bitola(vídeo ou película) concorrem juntos…

Parabéns! Logo mais, a premiação do festival tal e qual:

01.07.07 | CINEESQUEMANOVO 2007 ANUNCIA SEUS FILMES PREMIADOS ESTE ANO!
 
*** Veja a lista de premiados abaixo ***Após uma semana de muito cinema de todos os formatos, bitolas, linguagens e gêneros, com a exibição de exatos 100 filmes, em 69 sessões e 5 mostras diferentes, o CineEsquemaNovo 2007 – Festival de Cinema de Porto Alegre (CEN) anunciou os premiados de sua quarta edição na noite deste sábado (30/06) por volta das 23h na Sala P.F Gastal da Usina do Gasômetro.Foram 65 filmes integrantes das mostras competitivas do CEN, vindos de 11 Estados brasileiros. Antes da entrega dos prêmios, às 20h, foi realizada a pré-estréia lotada em Porto Alegre do longa-metragem “Baixio das Bestas”, com a presença do diretor Cláudio Assis.

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CONFIRA A RELAÇÃO DOS PREMIADOS, COM AS JUSTIFICATIVAS DO JÚRI OFICIAL E AS PONTUAÇÕES DOS VOTOS DO JÚRI POPULAR:

CURTAS E MÉDIAS – JÚRI OFICIAL – MELHOR FILME

“IGRREV”, de Carlos Magno (MG – captado em Mini-DV -15′ 37”)

Justificativa do júri: “Compre uma câmera”. Pela intervenção realizada em espaço do exercício do crer, pelo bombardeio perceptivo operado pela montagem e pela provocação cultural e política.

Prêmio: Além do Troféu, o escolhido receberá quatro horas de telecine off line, ou tape to tape da LINK DIGITAL para seu próximo trabalho.

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CURTAS E MÉDIAS – JÚRI OFICIAL – PRÊMIO ESPECIAL DO JÚRI

“Le Même Chapeau Que Toi” – “O Mesmo Chapéu Que O Teu”, de Heron Ferreira (Bélgica – captado em Câmera Fotográfica Digital – 14’50’’)

Justificativa do júri: Pelo conciso e delicado registro de um processo de cura, pelo formato do cine-diário como aspecto íntimo do fazer cinematográfico.

e também:

“Material Bruto”, de Ricardo Alves Jr. (MG – captado em Mni-DV e FotoDig – 18min)

Justificativa do júri: “O sol há de brilhar mais uma vez”. Pela instauração de uma relação entre espectador e personagens que, em poucos e surpreendentes planos, coloca em xeque nossas percepções de normalidade.

Prêmio: Além do Troféu, os escolhidos receberão uma assinatura anual da Revista de Cinema.

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CURTAS E MÉDIAS – JÚRI POPULAR – PRIMEIRO LUGAR: MELHOR FILME

“Um Fazedor de Filmes”, de Arthur Lins e Ely Marques (PB – captado em Mini-DV) – média 9,177

Prêmio: Além do Troféu, o escolhido receberá R$ 4.000.00 em serviços da Quanta, para seu próximo trabalho.

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CURTAS E MÉDIAS – JÚRI POPULAR – SEGUNDO LUGAR

“Eletrodoméstica”, de Kleber Mendonça Filho (PE, captado em 35mm- 22’38” – Captado em 35mm) – média 9,021

Prêmio: Além do Troféu, o escolhido receberá R$ 2.000.00 em serviços da Quanta, para seu próximo trabalho.

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LONGAS-METRAGENS – JÚRI POPULAR – MELHOR LONGA

“Conceição – Autor Bom é Autor Morto”, de Daniel Caetano, André Sampaio, Guilherme Sarmiento, Samantha Ribeiro e Cynthia Sims (RJ – captado em 16mm e 35mm – 78min) média 8,549

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LONGAS-METRAGENS – PRÊMIO DA NOVA CRÍTICA (Júri Alunos da Oficina de Crítica Cinematográfica)

“Selva do Meu Desejo”, de Roberto Athayde (RJ – 135min – captado em Mini-DV e FotoDig)

Justificativa: Pelo retrato etnográfico despretensioso do norte / nordeste e por extrapolar os limites do documentário, atribuindo a ele um tom ficcional, o filme revela, através de um olhar sem estereótipos, um Brasil real ao longo da transamazônica.

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CURTAS E MÉDIAS – JÚRI OFICIAL – PRÊMIO DE MELHOR ATUAÇÃO

OTÁVIO TERCEIRO, ator em “América – O Grande Acerto de Vespúcio”, de Rogério Sganzerla (SP – captado em Hi8 – 27min)

Justificativa do júri: “Maldito nevoeiro!”. Pelo poder da improvisação e do jogo na busca da construção de um personagem a partir de dados sumários de encenação.

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CURTAS E MÉDIAS – JÚRI OFICIAL – PRÊMIO DE MELHOR PERSONAGEM REAL

IVANILDO, o diretor retratado no filme “O Fazedor de Filmes”, de Arthur Lins e Ely Marques (PB – captado em Mini-DV – 11’20”)

Justificativa do júri: Pela energia cativante, pela entrega ao ofício do cinema e pela crença na filosofia do “errar até acertar”.

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CURTAS E MÉDIAS – JÚRI OFICIAL – PRÊMIO DE EXPERIMENTAÇÃO TÉCNICA EM DIREÇÃO

“Eletrodoméstica”, de Kleber Mendonça Filho (PE – captado em 35mm -22’38”)

Justificativa do júri: “A doce vida tecnológica”. Pela excelência na utilização da linguagem cinematográfica na construção do imaginário de uma personagem que faz delirar sua vida cotidiana.

Prêmio: Além do Troféu CineEsquemaNovo, recebe 4 horas de TELECINE OFFLINE ou TAPE TO TAPE da LINK DIGITAL (RJ), para o seu próximo trabalho

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CURTAS E MÉDIAS – JÚRI OFICIAL – PRÊMIO DE EXPERIMENTAÇÃO TÉCNICA EM CONCEPÇÃO ARTÍSTICA

“Éternau”, de Gustavo Jahn (RS – captado em 16mm – 21min)

Justificativa do júri: “Decifra-me ou te devoro”. Pelo convite à aventura, num caleidoscópio de referências iconográficas e cinematográficas, sobrepondo épocas e formas artísticas distintas.

Prêmio: Além do Troféu CineEsquemaNovo, recebe 3 diárias de Câmera Panasonic HVX 200, pela FIRMA FILME (RS), para o seu próximo trabalho

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CURTAS E MÉDIAS – JÚRI OFICIAL – PRÊMIO DE EXPERIMENTAÇÃO TÉCNICA EM DESENHO

“Eu Sou Como o Polvo”, de Sávio Leite (MG – captado em Mni-DV – 4min)

Justificativa do júri: Pela materialização da expressão da personalidade de Lourenço Mutarelli na composição de um auto-retrato.

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TROFÉU CINEESQUEMANOVO – JÚRI EQUIPE ORGANIZADORA DO CEN 2007

1º Prêmio: CRISTINA AMARAL – coordenadora da Oficina de Montagem

Justificativa: Por sua espontânea contribuição em todas as atividades do festival, pela presença nas mostras, pelas idéias e experiências que espalhou entre seus alunos e conosco, indo muito além de sua participação como ministrante da Oficina de Montagem.

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2º Prêmio: A Todos os Diretores de outros Estados que se deslocaram para Porto Alegre para o CEN 2007

Justificativa: Pela surpresa e motivação trazidas por suas presenças, apresentando e debatendo os filmes, discutindo todas as possibilidades do cinema e alimentando nossa discussão sobre novos rumos para a produção audiovisual brasileira.

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MOSTRA SALA DE AULA – JÚRI POPULAR – PRIMEIRO LUGAR

“Um Filme Chamado Sfincter”, de Zeca Brito (RS – 15’30’’ – UNISINOS/RS -2006 / captado em Mini-DV ) – média de 9,04.

Prêmio: Além do Troféu CineEsquemaNovo, recebe 4 latas de negativo 16mm da Martins Produções (RS), para o seu próximo trabalho + 40 horas de edição de som da som de cinema (RS) e + 8 horas de mixagem de som na Téc. Áudio Gravações (RS), para o seu próximo trabalho.

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MOSTRA SALA DE AULA – JÚRI POPULAR – SEGUNDO LUGAR

“Trem Fantasma”, de Sérgio Gomes (MG – 16 min – Uma Centro Universitário -UNA/MG – 2006 / captado em Mini-DV) – média de 8,96.

(fonte: http://www.cineesquemanovo.org/versao2007/novidades2007.php?id=1183262604)

“A Utopia”: Palavras que nada dizem e tudo falam.

Publicado julho 2, 2007 por fancine
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O nosso sonho é que em todos os cantos da cidade o espírito do cinema esteja sempre presente e que o corpo das artes resplandeça em todos os cidadões deste município. Nosso sonho é que o centro e a periferia se unam em um só objetivo: produzam e exponham as suas idéias da forma mais democrática e respeitosa possível. Que as paredes de beleza que permanecem escondidas no solo de Campina se mostrem e encantem. Que os nossos cineastas nasçam com todos os meios necessários para se desenvolverem e produzirem. Que o povo desta terra mude de atitude, não permanecendo indiferente ou inerte a tudo que a arte produz aos sentidos. Que os nossos antigos cinemas não virem igrejas evangélicas ou escolas de Enfermagem. Que as palavras de revolta e de dor diante do não olhar chutem as almas e os traseiros dos falsos artistas. Que o cinema não seja apenas comércio e diversão, mas também reflexão e indignação com os problemas sociais e estéticos do mundo. Que nada mude, mas que tudo se transforme, em caos, no universo de ordem e beleza. Palavras que nada dizem e tudo falam. Sorria, estamos sonhando…

Cinema pra burro: Depois de questões, quase-respostas: Em busca de um corpo.

Publicado julho 2, 2007 por fancine
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Psicografado por Ramon Porto Mota no método

Walter Benjamin de psicografia.

“Existe um cinema marginal no Brasil? Dar nomes ás coisas frequentemente explica muito pouco, provoca uma serie de equívocos.” “Marginal é um nome como outro. Aponta para o estado de espírito de uma geração que decidiu fazer cinema, remoendo por dentro um universo ideológico novo, sob o choque múltiplo de uma revolução de costumes e de uma revolução social.” “Os filmes deste ciclo não caracterizam um estilo, nem uma corrente. Eles são, no entanto, um documento amplo sobre uma época e um estado de espírito.”

“Continuamos mantendo os recortes Cinema Novo e Cinema Marginal, contemporâneos dos movimentos cinematográficos que designam. São eles que acabaram organizando nossa compreensão do cinema culto daqueles anos. Eles têm uma razão de ser, pois refletem polêmicas da época” “O Udigrudi é lance cíclico. Cinema Novo. É uma Febre que vai & volta – tipo herpes, micose, sarampo”

“Pra ser marginal, teria de ser um tipo de cinema feito sem compromisso naquele momento, nem com o público nem com a censura. Todos esses filmes tidos como marginal têm tudo isso.” “O Cinema Marginal é um cinema puro, um cinema verdadeiro, pureza e verdade resumem tudo. (…) na realidade, era o cinema feito com garra, com criatividade, com vontade de fazer cinema, mas que não estava ligado a grupos.”

“É um cinema com histórias completamente inusitadas, feito com um mínimo de grana, de tudo, todo mundo cooperando. É a loucura do cara fazer cinema. Começar a filmar sem ter filme, sem ter nada, e conseguir com esse cinema abalar a estrutura do cinema comportado e do alto custo.” “Filmava-se como era possível, o nome, o rótulo “marginal” veio depois. Tentou ser pejorativo, queria atingir mais as pessoas que os filmes, e hoje tornou-se coerente com a postura da época, declaradamente libertária.”

“O Inventario do Cinema Marginal já foi escrito; Cinema de Invenção, de Jairo Ferreira. O resto é diluição.” “E o que vale é a poesia, captada por uma vil mecânica (elementar, meu caro Watson Macedo): por um cinema de livre invenção poética, como fator de aprimoramento físico e espiritual, além da reafirmação das surpresas do outro mundo – o inferno não são os outros, mas os mesmos atrasados de sempre.”

Evoé…

Que venha o 4º CINEPORT

Publicado julho 2, 2007 por fancine
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(J.Matias de O. Neto)

Em sintonia não apenas com o cinema, mas também com a arte e literatura, o 3º CINEPORT encerrou-se com um belo momento de música-poesia proporcionado pela poeta Olinda Beja, de São Tomé e Príncipe, e pelo ator português Paulo Filipe Monteiro, acompanhados do violão do músico santomeense Filipe Santo. Levaram o Troféu Humberto Mauro os cineastas Zezé Gamboa, de Angola; e Luis Galvão de Teles, de Portugal, em homenagem aos profissionais “da pesada” do cinema.

Dentre os ilustres participantes da entrega dos Troféus Andorinha, Ariano Suassuna, do auge de seus oitenta anos, foi homenageado pela Cia. Ormeo Teatro-Dança, de Cataguases, com a bela encenação de sua primeira peça (que escreveu há 60 anos) e dos irmãos Carvalho, paradigmas do cinema paraibano. Diretores, autoridades, produtores e intelectuais prestigiaram o resultado das impressões extraídas da semana de arte e cinema sediada na capital paraibana. Nenhum dos filmes produzidos em Campina Grande entraram na lista de premiados, mas a semente do festival já foi plantada, resta agora que façamos frente a colher os frutos que dela advenham. Mais abaixo, toda a premiação do festival.

Entre os vencedores do Troféu Andorinha. Melhor Filme: O CÉU DE SUELY. Melhor Direção: KARIM AÏNOUZ (O Céu de Suely). Melhor Ator: EVARISTO ABREU (O Jardim do Outro Homem). Melhor Atriz: ANA MOREIRA (Transe). Melhor Ator coadjuvante: SELTON MELLO (Árido Movie). Melhor Atriz coadjuvante: DIRA PAES (Mulheres do Brasil). Melhor Roteiro: PEDRO COSTA (Juventude em Marcha). Melhor Produtor: LUÍS GALVÃO TELES, SERGE ZEITOUN, SOL DE CARVALHO (O Jardim do Outro Homem). Melhor Montagem: MAIR TAVARES (Veneno da Madrugada). Melhor Música: BERNA CEPPAS, KAMAL KASSIM, OTTO e PUPILO (Árido Movie). Melhor Fotografia: JOÃO RIBEIRO (Transe). Melhor Direção de arte: CÁSSIO AMARANTE (O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias). Melhor Figurino: KIKA LOPES (Zuzu Angel). Melhor Documentário: ESTAMIRA. Melhor Fotografia de documentário: MARCOS PRADO (Estamira). Melhor Montagem de documentário: PEDRO MARQUES (Lisboetas). Melhor Direção de documentário: SÉRGIO TRÉFAUT (Lisboetas). O vencedor do Prêmio SAELPA/CINEPORT no valor de dez mil reais, destinado a cineastas paraibanos, foi O FAZEDOR DE FILMES, de Arthur Lins e Ely Marques. Para o Troféu Andorinha Digital, os premiados foram: Melhor Ficção Curta: SETE MINUTOS, de Cavi Borges. Menção Especial Ficção Curta: AUGUSTO NA PRAIA, de Rafael Eiras. Melhor Documentário Curta: TRECHO, de Clarissa Campolina e Helvécio Marins Jr. Melhor Animação Curta: STUART, de Zepe. Menção Especial Animação Curta: O JUMENTO SANTO, de William Paiva e Leonardo Domingues. Melhor Documentário Longa: CARTOLA, de Lírio Ferreira e Hilton Lacerda. E, por último, o Troféu Andorinha Criança, cuja seleção foi feita por crianças e jovens para filmes independentes com temática infantil, foi para NO MEIO DA RUA, de Antônio Carlos da Fontoura.

Entrevist@:Ely Marques Ferreira,26 anos.João Pessoa – PB.

Publicado julho 2, 2007 por fancine
Categorias: Entrevistas

ely.jpgEly como se deu o seu interesse por cinema?

Acho que durante a infância, já ia muito ao cinema ver os trapalhões e afins,
e a sala de cinema, a poltrona, o escuro, o ar, enfim tudo aquilo
me encantava. Mas filmes na TV em VHS também fizeram parte
da minha infância. Então na hora de fazer o vestibular, aquele
momento em que a gente para e escolhe o que pretende fazer
da vida, eu encontrei o primeiro vestibular de Arte e Mídia da Federal
que na época ainda era UFPB e lá meu interesse por cinema foi alimentado.

Quais são as suas outras produções audiovisuais?

São muitas, durante a graduação fiz “Vida urbana nordestina” que
já foi exibido várias vezes em Campina, durante ENC, Festival de inverno,
provas de habilidade de Arte e Mídia, e entrou num festival de cinema
de Teresina.
Mostra. É um curta de 10 minutos e mostra o cotidiano urbano de duas
cidades nordestinas, todo em “lapsetime”. E vários outros projetos de
documentários, ficções, institucionais, vídeos publicitários, às vezes como diretor,
montador ou, animador, finalizador, ou até produtor e às vezes tudo junto,
aqui (nordeste) a gente termina fazendo de tudo. Mas me sinto muito bem na direção e edição.
Até nas artes gráficas tenho meus projetos, inclusive fiz as artes do último
encarte do ultimo CD da Cabruêra.

Como você conheceu o Arthur Lins? Como acabaram fazendo o filme juntos?

Foi através de Leonardo Saraiva, um amigo e colega de graduação que me apresentou
Arthur, eles se conheceram em uma oficina de cinema na UFPB e Arthur
convidou Léo para participar de um curta e Léo acabou me chamando, lá durante as gravações
conheci Arthur e desde então temos uma relação de parceria muito forte. Também
conheci Marcelo Coutinho e nós três formamos um coletivo de produção, chamado
de Engenho Corte Seco, fizemos algumas coisas mas não teve continuidade.
E o “Um fazedor…” foi nossa primeira empreitada com financiamento de
fundo de cultura. Antes, eu, Arthur e Marcelo sentamos pra discutir idéias para apresentar projeto ao FIC e surgiu a idéia de Arthur que já tinha ouvido falar em nesse personagem Ivanildo que fazia filmes, decidimos que era uma ótima e apostamos Eu e Arthur nos debruçamos sobre o
projeto(Arthur principalmente) e apresentamos ao FIC onde foi
aprovado, Marcelo entrou como assistente de produção, still e som
direto.


De que surgiu a idéia do Filme?

A idéia veio de Arthur, que na época
trabalhava na Videostore e lá ele conheceu a estória…

Quem teve a idéia de se inscrever “O Fazedor…” para o Fundo Augusto dos Anjos?

O FIC na verdade era o objetivo inicial, já que queríamos produzir algo
com a estrutura de um projeto patrocinado.

Como foi a produção do filme, algum fato inusitado que queira relatar?
Foi muito intensa, ficamos hospedados com a família de Ivanildo
mais especificamente na casa de Vavá seu cunhado e Ivaneide sua irmã,
assim pudemos ficar muito próximo da realidade de Ivanildo, as conversas,
o dia-a-dia, criamos uma proximidade que foi além do documentário. Eu mesmo
acredito que tivemos certa incompetência em não retratar melhor e mais
profundamente tudo o que vimos lá, mas isso acontece principalmente por ser um
curta. Até chegar lá não tínhamos nenhuma impressão precisa sobre o que iríamos
encontrar, só conhecíamos a voz de Ivanildo o temor de encontrarmos algo que
não fosse atingir nossa expectativa era grande. Mas o que aconteceu foi que a
estória de Ivanildo superou nossas expectativa a vontade dele, o sonho
que ele tinha e a maneira como ele lidava com todas as dificuldades parecia
muito com a gente só que com dificuldades muito maiores, logo o que vem
na cabeça é que as vezes reclamamos de mais e produzimos de menos.

Como foi a emoção de vencer o prêmio SAELPA/CINEPORT?

Foi uma emoção única, receber aquele prêmio de melhor filme digital
paraibano (escolha unânime do júri) diante daquela platéia com grandes
nomes da cultura paraibana, foi algo baste forte e significativo.
Apesar de conhecermos o potencial do nosso projeto e termos ótimos

concorrentes não tínhamos alimentando nenhuma expectativa, é tanto que
quase nem fomos à cerimônia de premiação.

Qual a importância e como foi a recepção do filme nas escolas públicas?

A exibição nas escolas públicas foi uma contrapartida social, achamos
que a exibição de um documentário paraibano que falava de uma
peculiaridade da nossa cultura é duplamente importante, pois
normalmente só tem acesso a conteúdo da TV que produz
muito pouco sobre nós mesmos, infelizmente as regras
para produção local de conteúdo não é respeitada e se formos
falar em cinema, piorou pois não existe nenhuma produção local
sendo exibida no circuito de cinema do estado e como se isso
não fosse suficiente o acesso aos cinemas se restringe as classes
econômicas mais ricas, a minoria. Logo a importância de uma
ação como essa é de grande valor para nossa identidade cultural
e auto-estima.

O filme concorreu ou vai concorrer a outros prêmios?


São vários festivais e mostras nem todos são competitivos:
-Viva o Centro – Arte e Cultura no Centro Histórico, João Pessoa –
Paraíba, dezembro de 2006
-MOSTRA DE FILMES DE CURTA-METRAGEM do 16º Encontro para Nova Consciência, 2007
-Mostra do Filme Livre 2007 – Rio de Janeiro – mostra competitiva
-3º Cineport – Festival de cinema dos países de língua portuguesa – Premiado como melhor filme digital paraibano
-CineEsquemaNovo 2007 – Festival de Cinema de Porto Alegre – mostra competitiva
-Projeto Cine Volante, João Pessoa – Paraíba, junho de 2007


Onde o filme será exibido novamente em festivais, no Brasil e na Paraíba?

CineEsquemaNovo 2007 – Festival de Cinema de Porto Alegre

-Projeto Cine Volante, João Pessoa – Paraíba, junho de 2007
Sexta-feira (1º/6), às 19h30 – Centro de Referência da Cidadania, no
bairro do Roger.
Sábado (2/6), às 18h – 1ª Mostra Cultural de Mussumagro, bairro do
Valentina Figueiredo.
Terça-feira (5/6), às 19h30 – Escola Municipal Luiz Mendes Pontes,
bairro do Cristo Redentor.
Quarta-feira (6/6), às 19h30 – Projeto Beira da Linha, bairro do Alto do Mateus.
Terça-feira (12/6), 19h30 – Escola Municipal Professora Antonia do
Socorro Machado, Comunidade Paratibe.
Quarta-feira (13/6), às 19h30 – Escola João Santa Cruz, bairro dos Novais.
Quinta-feira (14/6), às 19h30 – Escola Municipal Renato Lima, bairro
de Cruz das Armas.
Quinta-feira (28/6), às 19h30 – Comunidade Alto do Céu, bairro de Mandacaru.


Em sua opinião como anda a produção cinematográfica na Paraíba?

Estamos num momento importante, várias produções estão
em
andamento. Acho que o acesso à tecnologia tem possibilitado isso.
E a Paraíba tem uma história muito importante no cinema brasileiro,
acho q estamos dando uma boa continuidade a essa história.

Quais as suas referências enquanto autores de cinema no Brasil e no Mundo?

As referências são muitas, o construtivismo russo, expressionismo
alemão, neorealismo Italiano, Nouvelle Vague francesa, cinema novo
brasileiro, cinema americano, dogma95, alguns nomes como eisenstein,
Vertov, Vittorio De Sica,Truffaut, Buñel, Orson Welles, Stanley
Kubrick, Norman Maclarem, Danny Boyle, Wim Wenders, Lars von Trier,
David Lynch, Glauber Rocha, Jorge Furtado, Luiz Fernando Carvalho,
João Moreira Salles, Walter Salles, Beto Brant, Vladmir Carvalho,
Eduardo Coutinho. E definitivamente esqueci muita coisa ehehehhe


E as idéias para o futuro. Alguma idéia em mente para um novo
documentário ou ficção?


Temos sim, nessa premiação do Cineport também ganhamos cinco latas de 35 mm
do CTAV do Minc. Pretendemos fazer um curta de ficção, nós ainda vamos para conversar sobre esse projeto.

Publicado junho 12, 2007 por fancine
Categorias: Matérias

Nº 2 - FANCINE - ESPECIAL CINEPORT

Leopoldina – Cataguazes esquece Campina Grande

Publicado maio 13, 2007 por fancine
Categorias: Editoria Geral

(B.R.Gaudêncio)

Um dos principais méritos de um evento, seja ele qual for, é sua diversidade e a capacidade de expandir fronteiras geográficas e culturais. E esta mesma diversidade está ligada principalmente ao fator de descentralização das atividades exercidas. As regras de visibilidade permeiam a extensão dos espaços de exposição. E essa regra está sendo um dos propósitos do CINEPORT, que é justamente aproximar a produção cinematográfica de países como Portugal, Angola e Brasil. Entretanto, há um fator limitador e uma questão delicada no que rege esta ampliação das chamadas fronteiras de exposição das atividades, e que envolve a cidade de Campina Grande.

 

O Fancine lamenta o fato de a patrocinadora do Evento, a SAELPA/CELB, não haver levado uma tenda ou filmezinho sequer para a cidade de Campina Grande, lugar onde a empresa esta sediada, e que se encontra próxima a capital escolhida para sediar o evento.

 

O esquecimento da nossa ilustre cidade nos faz pensar sobre a falta de compromisso com o município, principalmente na parte social e cultural. Campina é uma cidade de destaque em educação e cultura, é um município rico artisticamente, inclusive na área cinematográfica, na exibição e produção de filmes (alguns até de destaque no cenário nacional). Compreendemos por que a cidade de João Pessoa deve ser o centro das exposições e atividades, como afinal está sendo, todavia isso não inviabilizaria a execução de ações de cinema na cidade de Campina Grande, com exibição de filmes sob tendas e a organização de debates sobre a sétima arte.

Um filme que nasce para um lado e morre para outro

Publicado maio 11, 2007 por fancine
Categorias: Resenhas e críticas

 

“A encomenda do bicho medonho é um filme que nasce para um lado e morre para outro completamente diferente”

(Ramon porto)

O filme A Encomenda do Bicho Medonho, nas palavras de David Ferreira – personagem central da fita, surge como elemento deflagrador tanto da narrativa fílmica como do próprio personagem. A anunciação de sua sina – seu magnífico trabalho artístico como escultor – é vertida em sombras e mistérios diante da câmera, que registra um outro mundo verbalizado pelo personagem. Não é a toa que a tal encomenda intitula o filme.

Porém, quando entra o título na tela, dá-se início a outro filme, ou melhor, a outro tipo de forma e objetivo de filmar. As sombras e o mistério dão lugar à clareza e à certeza, David Ferreira agora será destrinchado, colocando o sonho e a encomenda unicamente na memória do espectador – a cena em que David sai de casa (escura) e entra no filme (luminoso) exemplifica isto muito bem.

A busca pela clareza na caracterização do personagem torna-se o mote do filme, dando vez às vozes mirradas das filhas de David, que, diante da incompreensão do trabalho do pai, caem na caricatura da benção divina, e nada acrescentam ao filme. Tornam-no um mero relatório de personagem, mesmo que este personagem em momento algum dê qualquer explicação ou se furte de clarear a narrativa para o espectador.

Assim, o filme busca a revelação de um personagem que insiste em se esconder, seja nas suas histórias, seja no trabalho inexplicável, o que termina por rasteirar o filme, forçando-me a me perguntar se a parte do sonho e do mistério não seja o corpo estranho do filme, e ele esteja para as bandas do relatório e da clareza narrativa da vida.

A cena pós-crédito é extremamente sintomática deste problema, por destruir a catarse e jogar a certeza e a verdade sobre as palavras do personagem – transformando-o numa mentira. Ela é escanteada para fora do filme como se fosse só um adendo a ser escondido. Porém, esta cena termina por dar o tom da fita, que ao final permanece como um filme que ficou pelo caminho, que poderia ter sido e não foi.

A encomenda do bicho medonho

Publicado maio 11, 2007 por fancine
Categorias: Matérias

(Emanoella Callou)

André da Costa Pinto, 21 anos, ficou sabendo do Projeto Revelando os Brasis, uma iniciativa da Secretaria do Áudio Visual do ministério da Cultura, que visa promover a inclusão e formação áudio visual em municípios brasileiros com até 20 mil habitantes, através da professora da UEPB, Agueda Cabral, na véspera do encerramento das inscrições. Escreveu o roteiro em uma madrugada, enviou e foi selecionado.

André viajou para o Rio de Janeiro com os outros 39 selecionados, onde participou de cursos de produção, roteiro e direção nos estúdios da TV Futura.

Seu filme foi lançado no Circuito Nacional no Rio, concorreu em quatro categorias na Mostra Competitiva de Vídeos Digitais no 11° Cine PE, em Recife, onde foi bem recebido pela platéia de três mil pessoas.

Nesse momento, o jovem cineasta está em João Pessoa, com seu filme concorrendo ao prêmio de melhor filme da Paraíba, no festival Saelpa Cineport.A premiação será no sábado 12. 

Como você conheceu o seu David?

Conheço seu David barbeiro desde criança, sou de Barra de São Miguel, mesma cidade dele, ele era vizinho da minha avó. Seu Davi foi barbeiro de metade da cidade, e eu lembro de muitas histórias, casos muito engraçados que lembro da minha infância, quando eu e meus colegas íamos pra barbearia dele cortar o cabelo, eu lembro de chegar na barbearia dele e ele estar lá talhando uma das peças, e eu perguntava: seu David, o que é isso que você está fazendo? E ele dizia que não sabia o que era… que ele sonhava com um bicho e o bicho o ensinava a fazer a peça no sonho, então no outro dia ele tinha que começar a fazer a peça para pagar a promessa para o bicho. 

E o bicho ia receber as peças?

Não, sempre que o bicho aparecia era para fazer uma nova encomenda. Ele falou pra mim que a primeira vez que sonhou com o bicho foi aos sete anos de idade, e ele fez uma peça que admirou toda a cidade, então passou um visitante pela cidade que era carpinteiro, e pediu ao pai dele a peça e o pai o deixou levar, ele disse que o bicho ficou a vida inteira sem aparecer pra ele depois que o homem levou a peça. Só voltou a aparecer aos 46 anos, encomendando umas correntes de madeira, dizendo que o bicho o aprisionou no sonho e mandou fazer as correntes.

 Ele tem mais de 90 peças hoje e conta a historia de cada peça em poesia, ele, analfabeto, não sabe ler nem escrever, e contava com 95 anos, lembrava de cada uma. Infelizmente há duas semanas ele faleceu.

 Ele dizia mais ou menos assim:

“Uma noite eu tive um sonho, que não foi sonho bonito, quando acordei foi aflito, além de aflito tristonho, sonhei que o bicho medonho havia me acorrentado, depois de ter me algemado, me disse o bicho valente: faça de um pau três correntes mas deixe tudo encangado.”

E essa foi a primeira encomenda do bicho que voltou a aparecer quando seu David tinha 46 anos, que foram as correntes feitas de madeira. Chegaram a oferecer quantias exorbitantes para o seu Davi pelas peças, mas ele não vendia, pois dizia ter medo do que o bicho podia fazer com ele. Ele dava uma peça, mas não vendia.

De onde veio a idéia de fazer esse filme?

Desde criança me interessei por arte, então quando entrei no curso de comunicação a primeira idéia foi fazer um filme para divulgar o trabalho de seu David pro mundo, pois é um trabalho que não pode ficar esquecido. 

Quando começou o seu interesse pelo cinema?

Eu acho que desde a infância, sempre gostei de cinema, de assistir cinema. Desde os filmes da Walt Disney, ao Cinema Paradiso e ao próprio Cinema brasileiro, que eu sou apaixonado, especialmente por curtas metragens.

Eu digo que hoje no País é onde a gente tem a maior inventividade e criatividade, é no curta metragem. É muito pouco tempo pra fazer e se você olhar bem, a gente não tem condição nenhuma de fazer, mas o curta metragem é uma coisa acessível. 

Você já fez outros filmes antes?

Produzi um curta antes, a título de experiência, com a turma da faculdade, foi o curta Da Rapadura ao Berço da Cultura, que na verdade é um institucional da cidade de Areia.

Como você tomou conhecimento do Projeto Revelando os Brasis?

Através de Agueda Cabral que chegou pra mim faltando um dia pra acabar as inscrições e disse, olha está tendo esse concurso, você quer se inscrever? E eu já com tudo na cabeça, então numa madrugada escrevi o roteiro do filme e no dia seguinte à tarde enviei e acabei sendo selecionado…

Como foi o curso que você participou no Rio de Janeiro? 

O curso foi maravilhoso, nos tivemos 90 h/ aulas de oficinas de produção, roteiro e direção, e com pessoas famosas, o curso aconteceu nos estúdios da TV futura no Rio de janeiro, onde trabalhamos com Bebeto Abrantes, que foi roteirista do programa Brasil Total, Recife Servilha, que conta a historia de João Cabral de Mello Neto, Meninas, que é dele com Sandra Vernec. Tivemos aulas de produção com Beth Formagini, que foi produtora de Pixote, de Quem matou Pixote, de Chato o rei do Brasil-o documentário e várias series de tv. Aulas de edição, que é uma das grandes editoras da TV  globo, do programa Fama e do Big Brother Brasil, aulas de direitos autorais e de festivais, de recepção, com Tetê Matos que é a presidente do instituto brasileiro de estudos audiovisuais.

Enfim, maravilhoso, a equipe e a forma como foi passado, foram 40 selecionados, divididos e quatro turmas de dez, e ministrados os cursos voltei para a minha cidade com os recursos do ministério da cultura, produzir o filme, e foi lançado no circuito nacional, no Rio.

Qual o custo da produção?

Em torno de 12 mil reais.

Qual foi a maior dificuldade na produção? 

Quando a equipe de gravação chegou à cidade, seu David estava num pré-coma, ele não falava mais, e eu me perguntava como eu ia fazer o filme? A produção estava lá, eu ia ter que mudar todo o roteiro que havia construído. Então comecei a gravar peça por peça e ia ilustrar, com o off dos filhos dele e com a imagem dele falando, e quando a gente ligou a câmera o velho levantou e fez o filme. Nesse momento minha preocupação era gravar o máximo que pudesse, fugir do roteiro, pois não sabíamos o que poderia acontecer com ele dali p frente.

Então comecei a gravar e acabei com 25 horas de filme para tirar 15 minutos. E de um material muito bom, então o que foi crucial p mim foi o momento de edição, pois eu tinha muita coisa boa, mas só podia usar 15 minutos daquilo que eu tinha.

Como o seu filme foi recebido pelo público no Cine PE?

Já foi maravilhoso ter sido indicado para o Cine PE, ainda mais em quatro categorias, melhor vídeo digital, melhor direção, melhor roteiro e montagem. E ver uma platéia de três mil pessoas aplaudindo teu filme… Foi muito bom. 

E a expectativa para o CINEPORT?

Já é um premio viajar, divulgar o trabalho, fazer contatos, estou tranqüilo, vou mostrar o trabalho e se possível levar as peças dele para apresentar. 

Você tem planos para os próximos filmes?

Estou com a idéia de três curtas, já começamos a produzir dois, um está na fase de pesquisas e outro já está sendo gravado, e outro estou no roteiro… E tem um quarto roteiro que produzi de animação que estou fazendo contatos e se tudo der certo vamos colocar em prática. 

Como você observa a produção audiovisual na Paraíba?

Temos muita coisa legal, mesmo com pouco incentivo, tem Taciano Valério com filmes premiados, Marcus Villar, tem Torquato Joel, tem Ana Bárbara que acabou de ser premiada no cine PE, com Cabaceiras, Vladimir Carvalho, que já está conhecido nacionalmente, tem muita coisa boa, a gente não tem recurso pra fazer um filme de qualidade, um filme bom, principalmente quando passa para 35 mm, que é uma produção totalmente cara, mas hoje ainda bem que temos meios alternativos de fazer cinema, cinema é criatividade, se não tem uma forma, você busca outra, busca um ângulo melhor, uma câmera digital, de celular e faz, usando um meio alternativo de produção que possa usar criatividade e passar sua mensagem para as pessoas de forma que elas gostem daquilo que está passando. Porque se a gente ficar sonhando com Hollywood ou com Globo filmes, não vai chegar nunca, temos que usar o que temos.

Água e andorinhas sobre Cabaceiras e o CINEPORT

Publicado maio 11, 2007 por fancine
Categorias: Reportagens

(João Matias)

Convidados ilustres da política e sociedade paraibana estiveram presentes no primeiro dia do festival CINEPORT, marcado por chuvas, discursos poéticos com loas à cidade (que sediará o festival bienalmente), à iniciativa e ao intercâmbio cultural. Ao final, houve a exibição do documentário “O engenho de Zé lins” de Vladimir Carvalho.

Nas boas vindas do prefeito de João Pessoa, Ricardo Coutinho, textos, citações e poemas de autores versados no idioma mátrio (e não pátrio). Para finalizar: “Se não puderem voltar, mandem um filme em forma de poema”, afirmou o prefeito. Luzes apagadas, a tela clareia-se para as primeiras cenas do documentário, cujo foco não recai somente sobre a vida do paraibano José Lins do Rego, mas também na necessidade de reformar e preservar o patrimônio do engenho.

Sob chuvas intermitentes, a noite de sexta encerrou-se com um coquetel ao som de JPSAX. Também o sábado se acercou de chuvas, não impedindo ao público de chegar cedo e presenciar ao “Intervalo das Águas e Domiciliares”, encenado nos espaços da praça que divide as tendas de exibição.

Às 18 horas, a Tenda Andorinha Digital transmitiu a mostra competitiva de curtas com filmes filmados em Campina Grande, cujos diretores, Ricardo Migliore, Rodrigo Nunes e André da Costa Pinto, concorrem ao Prêmio SAELPA/CINEPORT. Entretanto, o que mais marcou o dia foram alterações na programação, transmitiram o documentário do homenageado Zezé Gamboa, Mopiopio, em vez de O Herói, do mesmo diretor.

Após a segunda apresentação do “O engenho de Zé Lins”, também às 18, um debate entre o diretor Vladimir Carvalho e o público incitou reflexões sobre a “Roliúde Nordestina”. Na discussão: o porquê do nome “Roliúde” (quais os motivos para associar o município a um mito americanizado?); o povo e a história do município de Cabaceiras (onde fica o incentivo a educação e ao progresso social com essa recente notoriedade artístico-cultural?); a efetividade do título “Roliúde Nordestina” (será marketing político ou verdadeira tensão de promover o progresso cultural da cidade e do Estado?).

Por fim, grandes filas formaram-se para a exibição do filme Barra 68, também do Vladimir Carvalho; e o Recital de música e poesia do Manuel Bandeira foi adiado para o dia seguinte. Uma confluência de sotaques aproximava e distanciava os cineastas e convidados de outros países dos paraibanos. Ao final da noite, Mart’nália mostrou seu repertório ao público do festival cujas promessas para a cultura paraibana são as mais promissoras.